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Paz Senhor! Aos Homens de Boa Vontade.
A tarde terminava e um vento frio deixava o aviso de uma madrugada gélida!
Era mais uma véspera de Natal.
Encolhidos no Banco do Parque tentávamos assim aconchegados,
nos aquecer com o calor do sangue que ainda corria tépido por nossas veias...
Era o prenúncio de mais uma noite de sofrimento...
Precisávamos passar um ao outro, este calor;
o resto de calor das nossas entranhas.
Era o íntimo que palpitava com as batidas rítmicas do coração!
No Sopé, á nossa em frente,
divisávamos uma janela iluminada por onde entrevíamos o semblante alegre de criaturas
a festejar o Nascimento do Menino Jesus...
Desejávamos Amor, Carinho, mais do que um agasalho a nos envolver,
pois o Frio da Alma era maior do que o das veias, já a se tornarem rígidas,
dificultando o percorrer do sangue.
Noite Triste!...Triste Sina!...
Abraçados, Congelados Desencarnamos...
Mais uns Mendigos a serem recolhidos no dia seguinte.
Mais um leva de Miseráveis a lotar os rabecões.
Que Importa Isso, se o Vosso Mundo já está tão acostumado a quadros como este?
Humanos, onde estais que não enxergais que além das vossas janelas iluminadas,
encontra-se o Negrume do Sofrimento!...
Alegria e Dor, Tão Juntos;
Tão Distantes...
Ó Mundo Tão Belo!
Lindo Planeta, com Habitantes tão sem Amor...
Que um dia, um Agasalho bem grande, lançado por Criaturas de outros Orbes,
possa esquentar o Vosso Coração.
E que o Calor Humano, tome conta deste lindo Planeta Azul.
São os votos dos
ex-Mendigos do Sul
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